Um simples café ao lado de uma pessoa diferente pode te fazer conhecer historias incríveis, como dona Neide, moradora de Jundiaí.
Conheci a dona Neide no fim do mês de novembro, em uma visita que fiz pela primeira vez em um lar de idosos que disponibiliza atividades para moradores dos bairros de Jundiaí aos finais de semana.
Nos tornamos amigas de imediato e logo surgiu o convite para eu ir até o seu lar em um dia que estivesse disponível para tomar café e conversarmos sobre tudo para sair da rotina, e assim eu fiz, bati na sua porta em uma quarta feira comum e fui recebida por um abraço caloroso acompanhado de palavras de boas vindas, nos sentamos na sala simples que tinha um sofá e um banco marrom, reparei no móvel a minha frente, uma estante cheia de fotos de um rapaz que aparentava ter seus trinta e cinco anos.
Seu filho, Rodrigo, trinta e cinco anos e uma história bonita a ser ouvida toda contada pela mãe, que enchia o peito toda vez que pronunciava o nome do rapaz. Aos poucos fui conhecendo detalhadamente sobre sua história e toda a experiência que dona Neide tinha para compartilhar, ela me disse por diversas vezes o quão grande era sua vontade de ter alguém apenas para conversar sendo que hoje em dia eram poucas as pessoas que ao menos desejava um bom dia, abaixei a cabeça concordando.
Aproveitei a câmera que estava guardada na minha bolsa para registrar algumas fotos dela, que sorriu imediatamente quando eu sugeri a ideia, justificando que precisava antes arrumar o cabelo, se direcionando até o espelho que ficava pendurado no canto de uma parede e enquanto isso eu só observava admirada aquela senhora tão vaidosa e cheia de vida.
Dona Neide marcou a minha história e me fez perceber que detalhes pequenos pode fazer toda diferença no dia a dia das pessoas e principalmente de idosos que vivem sozinhos e só busca na sociedade um pouco de atenção. Me comprometi a ir visitá la em outros dias.