Fotografia: Fabiana Silva
A crônica mostra aos admiradores de restaurantes requintados como é não apenas degustar um prato típico brasileiro, e sim aproveitar o momento em família.
“Vem fazer o seu prato enquanto a comida está quentinha” Diz a avó Tereza, viúva, matriarca da família de três filhos, sete netos e uma bisneta. Que se reúne em um domingo frio e chuvoso para comer “vaca atolada”.
O famoso prato feito por Luciana à filha mais velha foi feito com empenho e dedicação. Na expectativa de reunir toda a família no local mais agradável possível. A casa da vó, como se referem os netos de dona Tereza. Um local acolhedor, em que todos da família se sentem em casa. Liberdade e conforto proposto pela própria avó, que trata a todos com o mesmo respeito e preferência. Na casa da vó todos são bem-vindos, filhos, netos, sobrinhos, aqueles que se dão bem um com o outro ou não. “Que esqueçam suas diferenças e comam harmoniosamente!”. Afinal quem precisa de belos restaurantes requintados? A casa da vó é melhor!
O típico prato abrasileirado com arroz feijão, carne de vaca (costela) com mandioca, a “vaca atolada”, com batatas e mandioca, não se esquecendo da salada de alface foi divulgado para todos os familiares presentes.
Ingredientes precisamente selecionados e preparados na noite anterior, acrescentados temperos peculiares e únicos, a identidade da família, o tempero da casa.
Quem degusta esse prato pode não se ater a esses detalhes, mas o objetivo desse almoço em família é reunir aqueles que são unidos por laços de sangue e parecidos em aparência e traço genéticos, com grande identificação em seus gestos e gostos. Que por vezes passam dias distantes uns dos outros usando diversas maneiras para se comunicar. Que estão tão perto, pois o sentimento é o mesmo, mas distante, por suas escolhas e correrias, rotineiras em busca de objetivos pessoais.
O sabor deste prato não deixa a desejar, pelo contrário, ressalta o sabor dos temperos e complementos, como pimenta, salsinha e coentro. Plantados e cuidados pela avó Tereza na área verde, interior do quintal. Horta que carinhosamente cuidada, limpa e adubada pela avó que cultiva as hortaliças.
Ao redor da mesa, o ambiente caracteriza-se por um clima leve e descontraído com risadas e conversas em família. Os olhares são de carinho e afeto. De quem saiu de sua casa, não para comer qualquer prato em qualquer restaurante ou lugar, a certeza de que a comida está boa, é notória. Ressaltada nos elogios de quem se delicia com o prato, de comida feita com iniciativa de uma pessoa, mas como trabalho em equipe familiar, em que Luciana pôde contar com a ajuda das filhas.
As realizações estão em acontecimentos simples como o almoço em família na casa da vó!