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jornalismo

A cada três dias, uma travesti é morta no Brasil

A expectativa de vida de transexuais é de 35 anos, menos da metade da média nacional, que é de 75 anos.

Foto Ilustração por Stefane Barauna

Helena Cassiano, 23, estudante, travesti. É uma das dezenas transexuais que sofrem diariamente. Há dois anos, Helena se assumiu com uma nova identidade. Resolveu libertar o que estava preso em si desde seus 14 anos, porém isso gerou reações. “Apesar de muitas vezes ser modesta comigo, pois não me vejo como alguém especial, ser trans. colocou-me em situações em que fui posta à prova” comentou “o preconceito tenta a todo o instante te derrubar, e por isso aprendi a ser forte e não baixar a cabeça” concluiu.

Helena - Foto por Mariana Godoy

Foto Ilustração por Stefane Barauna

Todos os dias é uma agressão diferente, mas no caso dela, são as mentais, causadas por atos verbais. Helena contou sobre um caso em que sofreu preconceito por um comentário de uma colega de classe, sobre um projeto de visibilidade trans., feito por outros colegas de estudo. Ela comentou que a colega disse para a turma que o projeto e o assunto eram desnecessários, ao ouvir isso, ela se sentiu profundamente ofendida e negada em um ambiente do qual fazia parte. Em resposta a esse comentário e em missão de mostrar que travesti é amor e arte, Helena escreveu uma prosa, a qual intitulou como “Carta de amor para uma travesti”.

No texto, ela começa dizendo “Cara e amada minha, doce, forte e brava travesti, a ti que fora negado aconchego de teu lar no seio de tua família, fora também negado o direito de lhe amar...”. Quando foi tocado no assunto família, Helena comentou que foi um processo lento para eles aceitarem a mudança, alguns aceitaram muito bem e a respeitam muito, já outros fingem aceitar e respeitar.

Em outra citação de sua prosa, ela diz “Não creia em quem diga que tua existência é desnecessária, pois desnecessário é a maldade de quem com péssimos olhos de julgamento lhe vê” e finalizou esse parágrafo dizendo “Desnecessário é saber que ainda há quem julga que tu, amada travesti, não deveria existir! ”

Foto Ilustração por Stefane Barauna

Através de uma postagem nas redes sociais, Helena disse que para cada amor raso que perdeu, ganhou a intensidade dos amores verdadeiros. O real significado do que é amor, aprendeu quando pensou que jamais poderia ser amada.

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