Pronunciamento de Lula sobre videogames gerou revolta nas redes sociais
Por: Yasmin Dorti - 10 de maio de 2023 às 19h30
Recentemente, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma crítica aos jogos eletrônicos após ataques em escolas de todo o Brasil. Segundo ele, "não tem game falando de amor, não tem game falando de educação. É game ensinando a molecada a matar", disse.
Esse tipo de fala não é novidade para os amantes de jogos. Desde quando se fala em massacre, automaticamente se associa criminosos a jogos violentos. Porém, esse tipo de alegação se prova irreal, levando em consideração os seguintes pontos: Nem todos os jogos apresentam violência (como por exemplo Candy Crush, um jogo muito famoso) e quase 70,1% dos brasileiros jogam algum tipo de jogo, segundo dados da Pesquisa Game Brasil.
Passei minha vida inteira consumindo jogos de luta e tiro. Mas garanto que nunca tive nenhum comportamento agressivo ou nenhum incentivo à violência, muito pelo contrário.
Além disso, é importante ressaltar que os primeiros jogos eletrônicos dessa natureza surgiram há muito tempo, na década de 50 e 60. A maioria dos adultos dessa época jogaram esses jogos no fliperama e na época nem se falava sobre massacre em escolas. Passei minha vida inteira consumindo jogos de luta e tiro, como "Uncharted", "Street Fighter", "GTA", "Call of Duty", entre muitos outros. Mas garanto que nunca tive nenhum comportamento agressivo ou nenhum incentivo à violência, muito pelo contrário, os jogos que eu joguei marcaram a minha infância e me ajudaram no meu desenvolvimento, visto que a maioria dos jogos eu joguei com meus pais.
Muitos outros jogadores que eu conheci ao longo da vida me contaram que os jogos ajudaram eles a passarem por uma fase difícil da vida, ajudando a se distraírem e conhecendo pessoas novas, aprendendo coisas novas. Ao contrário do que é falado hoje por pessoas que não conhecem o universo dos games, é preciso entender o contexto em que aquele adolescente vive e se ele têm uma tendência a ser violento.
Portanto, esse tipo de pensamento é superficial e retrógrado, em pleno século XXI. Além disso, é preciso olhar para outra direção: Por que os adolescentes se tornaram tão violentos nas escolas? Como está o convívio deles em família e em sociedade? As instituições de ensino estão realmente olhando para esse aluno? Ou é mais fácil culpar terceiros?
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