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jornalismo

A menina e o poder de ser quem é

Desde os primórdios ouvimos relatos sobre violência contra a mulher, seja ela física, verbal ou psicológica. O mundo tem mostrado uma evolução em alguns casos, porém, quando se trata do papel da mulher na sociedade, ainda somos vistas como objeto sexual dos homens, somos tratadas e ensinadas a se portar de uma maneira que os agrade, para muitos, só estamos aqui para alimentar o imaginário masculino, e satisfazer seu prazer e fetiches.

Nascemos em uma sociedade que quer a todo custo nos silenciar, dizem como devemos se vestir, se comportar, falar.

E quando não seguimos esses papéis que nos são impostos, somos tratadas como loucas, e o mais absurdo, é que tentam nos convencer de que é nossa culpa quando sofremos algum tipo de abuso, usam essas justificativas com base nas roupas que usamos na maquiagem, na hora em que saímos. Mas é um pensamento totalmente retrógrado culpar a vítima em relação ao assédio sofrido, roupas, lugares, horários não assediam, não estupram homens, sim.

Um dos exemplos disso é Maria, 18 anos. Maria sofreu abuso e assédio dentro da sua própria casa, por uma pessoa muito próxima da família. Ela conta que os abusos começaram quando ela tinha apenas 9 anos, " Lembro de estar voltando da escola, e essa pessoa me mostrou suas partes íntimas e mexeu comigo" relata.

Maria conta que o assédio continuou durante três anos, e que ela sofreu calada por conta do medo. "Eu me sentia muito sozinha, não tinha ninguém pra contar, e tinha medo de não acreditarem em mim, por ser criança".

Maria, relata também que desde pequena foi “ensinada" a se sentir culpada pelo ocorrido, "Lembro uma vez, uma pessoa próxima a mim ter visto eu sendo abusada, mas para minha surpresa, ela disse que eu estava me insinuando".

Maria conseguiu se livrar dos abusos aos 12 anos, após se mudar de casa, e só depois de anos contou sobre o ocorrido.

“Eu sou muito traumatizada em relação a isso, tenho dificuldade em entrar em relacionamentos, e em confiar nas pessoas, só agora, depois de grande e da terapia que consegui me soltar e me aproximar das pessoas, mas é um trauma pra vida". Relata.

Maria infelizmente é só mais uma dos milhares de meninas, mulheres assediadas diariamente.

Ninguém tem o direito de violar o seu corpo, de tocar, de beijar sem a sua vontade.

Nascemos em uma sociedade doente e machista, onde meninas são criadas para esperar o príncipe encantado, enquanto limpam e cuidam da casa. E é com esse pensamento ultrapassado que temos violado mulheres diariamente.

Mulher é um ser ativo, com voz e força, que precisa urgentemente de representatividade.

Mulher, você não está sozinha, se tem uma coisa que perceptível é, esteja sempre ao lado de mulheres e jamais esquecerá sua força.

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